Parcerias por Cadastro Positivo avançam às vésperas de regulação
Serasa Experian, Boa Vista, FICO, as gigantes de informações de crédito estão acelerando parcerias com bancos e lojistas, à espera da regulamentação do cadastro positivo, sistema que permite a bons pagadores tomar crédito com juros mais baixos.
A Serasa, que revelou a primeira parceria com a financeira Omni (com início em janeiro) para financiamento de veículos usados, diz ter acordos com bancos que serão conhecidos após a regulamentação do assunto pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), nas próximas semanas. Ao mesmo tempo, diz estar cadastrando mais de mil pessoas por dia interessadas em ter acesso a financiamentos de custos menores.
"Com a regulamentação pelo CMN, a velocidade dos acordos deve se intensificar", diz Ricardo Loureiro, presidente-executivo da Serasa Experian.
A Boa Vista Serviços, controlada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) já está fazendo "experimentos" com grandes varejistas, especialmente para financiar a compra de bens de consumo nas vendas de fim de ano. E interessados não faltam.
"Já temos um banco de dados com o perfil de algumas dezenas de milhares de pessoas", disse o presidente da companhia, Dorival Dourado.
Enquanto isso, a norte-americana FICO, uma das maiores desenvolvedoras de produtos de análise de risco de crédito do mundo, está prospectando parcerias no setor no país, cuja fatia das receitas na América Latina espera elevar de um terço para metade nos próximos anos.
A avaliação da companhia é de que, apesar da atual desaceleração do crédito no Brasil, a tendência é que o ritmo dos empréstimos volte a acelerar no médio prazo, dada a combinação de eventos esportivos internacionais e investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos, que devem se refletir em maior demanda por financiamentos.
"Qualquer desaceleração no crédito no Brasil é temporária", disse Andreas Suma, diretor da FICO para América Latina.
O plano da companhia, que já foi parceira da Boa Vista, antes desta se fundir com a Equifax, é formar parcerias para operar principalmente nos mercados de cartões de crédito e veículos.
A movimentação, seis meses após a presidente Dilma Rousseff ter aprovado o projeto que criou o cadastro positivo, vem na esteira de uma disparada do crédito. Segundo os dados do Banco Central, o estoque de crédito do sistema atingiu 48,5 por cento do PIB brasileiro em outubro, uma alta de mais de 10 pontos percentuais em relação a 2008.
Parte dessa escalada deveu-se justamente ao incentivo do governo para incentivar o consumo --baixando juros e impostos--, como meio de amenizar os efeitos da crise internacional na economia doméstica.
No entanto, a combinação de arrefecimento da economia e medidas do governo para conter a expansão exagerada do crédito fez o índice de inadimplência chegar a outubro a 5,5% --maior nível desde o final de 2009, segundo o Banco Central.
Com isso, os bancos têm buscado se concentrar em linhas de financiamento consideradas menos arriscadas, como crédito consignado e financiamento para compra de veículos.
Além disso, estão se concentrando em reduzir fraudes e reduzir custos (inclusive com provisões para perdas) para ganhar eficiência. Na semana passada, o Itaú Unibanco anunciou um plano para melhorar em 7 pontos percentuais seu índice de eficiência até 2013.
Segundo as companhias de análise de crédito, trata-se de cenário natural, já que o foco em linhas menos arriscadas dará margens menores aos bancos, que serão obrigados a serem mais eficientes.
"E com o cadastro positivo, o mercado ficará ainda mais competitivo", disse Suma, da Fico.
Fonte: Folha Online - 07/12/2011
A Serasa, que revelou a primeira parceria com a financeira Omni (com início em janeiro) para financiamento de veículos usados, diz ter acordos com bancos que serão conhecidos após a regulamentação do assunto pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), nas próximas semanas. Ao mesmo tempo, diz estar cadastrando mais de mil pessoas por dia interessadas em ter acesso a financiamentos de custos menores.
"Com a regulamentação pelo CMN, a velocidade dos acordos deve se intensificar", diz Ricardo Loureiro, presidente-executivo da Serasa Experian.
A Boa Vista Serviços, controlada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) já está fazendo "experimentos" com grandes varejistas, especialmente para financiar a compra de bens de consumo nas vendas de fim de ano. E interessados não faltam.
"Já temos um banco de dados com o perfil de algumas dezenas de milhares de pessoas", disse o presidente da companhia, Dorival Dourado.
Enquanto isso, a norte-americana FICO, uma das maiores desenvolvedoras de produtos de análise de risco de crédito do mundo, está prospectando parcerias no setor no país, cuja fatia das receitas na América Latina espera elevar de um terço para metade nos próximos anos.
A avaliação da companhia é de que, apesar da atual desaceleração do crédito no Brasil, a tendência é que o ritmo dos empréstimos volte a acelerar no médio prazo, dada a combinação de eventos esportivos internacionais e investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos, que devem se refletir em maior demanda por financiamentos.
"Qualquer desaceleração no crédito no Brasil é temporária", disse Andreas Suma, diretor da FICO para América Latina.
O plano da companhia, que já foi parceira da Boa Vista, antes desta se fundir com a Equifax, é formar parcerias para operar principalmente nos mercados de cartões de crédito e veículos.
A movimentação, seis meses após a presidente Dilma Rousseff ter aprovado o projeto que criou o cadastro positivo, vem na esteira de uma disparada do crédito. Segundo os dados do Banco Central, o estoque de crédito do sistema atingiu 48,5 por cento do PIB brasileiro em outubro, uma alta de mais de 10 pontos percentuais em relação a 2008.
Parte dessa escalada deveu-se justamente ao incentivo do governo para incentivar o consumo --baixando juros e impostos--, como meio de amenizar os efeitos da crise internacional na economia doméstica.
No entanto, a combinação de arrefecimento da economia e medidas do governo para conter a expansão exagerada do crédito fez o índice de inadimplência chegar a outubro a 5,5% --maior nível desde o final de 2009, segundo o Banco Central.
Com isso, os bancos têm buscado se concentrar em linhas de financiamento consideradas menos arriscadas, como crédito consignado e financiamento para compra de veículos.
Além disso, estão se concentrando em reduzir fraudes e reduzir custos (inclusive com provisões para perdas) para ganhar eficiência. Na semana passada, o Itaú Unibanco anunciou um plano para melhorar em 7 pontos percentuais seu índice de eficiência até 2013.
Segundo as companhias de análise de crédito, trata-se de cenário natural, já que o foco em linhas menos arriscadas dará margens menores aos bancos, que serão obrigados a serem mais eficientes.
"E com o cadastro positivo, o mercado ficará ainda mais competitivo", disse Suma, da Fico.
Fonte: Folha Online - 07/12/2011
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