segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Empréstimo custa mais em financeira

por Erica Martin

A taxa de juros que os clientes pagam para ter acesso ao crédito das financeiras é, em média, mais cara do que a cobrada pelos bancos. De acordo com a pesquisa de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, em outubro as taxas pagas pelos clientes dos bancos eram de 4,47% e as das financeiras, 8,94%. Isso significa que o consumidor pode pagar até o dobro pela mesma modalidade de empréstimo. "Mas isso não quer dizer que será sempre mais barato no banco. É impreterível pesquisar. Além disso, o cliente bancário paga tarifas para manter a conta-corrente e o cartão de crédito", comenta o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.

De qualquer forma, o que motiva a discrepância nos valores é o risco ao oferecer o crédito. Na financeira, o atendente irá pedir o RG e o CPF de quem solicitar o empréstimo. A instituição, então, fará a análise de crédito e o cliente não precisará manter mais contato com a instituição, basta pagar o boleto mensal. Portanto, elas têm menos segurança de que a pessoa quitará a dívida, por isso quem paga as contas em dia desembolsa mais para compensar o calote de outros. "Ninguém tem conta em financeira. Por outro lado, o banco tem o histórico do cliente, como a movimentação de dinheiro, o pagamento de contas e os investimentos, o que dá margem para oferecer taxa menor", comenta o sócio da Praxis Education Maurício Galhardo.

DINHEIRO

Os consumidores buscam dinheiro na financeira em duas ocasiões. Primeiro, quando não têm mais crédito disponível no banco onde é correntista. Segundo, quando não é bancarizado."Pessoas de baixa renda se identificam mais com o processo para conseguir o crédito que é mais rápido e prático", comenta Oliveira.

Engana-se quem acredita que as financeiras não consultam o histórico do cliente junto às empresas de análise de crédito, para saber se está com o nome restrito. De acordo com Ribeiro, muitas vezes, para o cliente inadimplente, a financeira oferece empréstimo que garante a devolução do dinheiro, como é o caso do consignado (nesse caso, o valor é descontado direto do salário).

ALERTA

O especialista Galhardo alerta sobre as linhas de empréstimos mais baratas. Portanto, antes de aceitar qualquer taxa de juros, com o objetivo de reestruturar as finanças, o recomendado é negociar com o gerente e barganhar. "A taxa média de juro do consignado é de 2,2% ao mês. Não faz sentido o endividado manter o cheque especial, por exemplo (de 8,21% em outubro, segundo a Anefac)", orienta Galhardo.
Fonte: Diário do Grande ABC - 04/12/2011

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