Leitor afirma que novas sacolas podem contaminar compras
por LEITOR JOSÉ PEDRO NAISSER
Mais uma vez os governantes se utilizam de leis arbitrárias, e sem nenhum tipo de consulta à população, ao decretar o fim do uso de sacolas plásticas nos supermercados em todo o Estado.
O que vimos no primeiro dia da lei foi uma enxurrada de caixas de papelão e sacolas de legumes sendo usadas para acomodar as compras nas grandes redes, e o que foi pior, as sacolas pagas encalharam nas gôndolas dos caixas.
O que poucos sabem é que os grandes supermercados importaram da China e do Vietnã milhões de sacolas de algodão e tidas como retornáveis. O que eles não sabem é que essas sacolas podem vir a contaminar os alimentos que são acondicionados dentro delas, segundo especialistas no assunto.
Poucos sabem, mas a sacolas oxi e biodegradáveis levam dois anos para se deteriorar no ambiente, e contém elevado índice de material pesado na sua pigmentação, para que possa se desfazer rapidamente. Agora pergunto, os alimentos ali acondicionados sofrem interferência desse material pesado?
Luiza Sigulem - 23.jan.2012/Folhapress Produção de sacolas à base de amido de milho, que passaram a ser vendidas nos supermercados, na Extrusa
PAPELÃO
Pior do que as sacolas plásticas utilizadas para o descarte do lixo doméstico, usada por 95% da população, será o descarte de caixas de papelões que, com as chuvas, elas irão se deteriorar imediatamente e entulhar ruas, ralos, manilhas e bocas de lobo de todas as cidades.
Na reciclagem, os atravessadores não pagam mais de R$ 0,10 por quilo, razão pela qual os catadores nem coletam mais caixas de papelão. Nisso os governantes também não pensaram.
O Brasil produz diariamente 262 mil toneladas de lixo doméstico e somente 4% desse montante é reciclado. Os municípios gastam bilhões para coletarem, transportarem e depositarem em aterros sanitários já esgotados e lixões a céu aberto, cuja decomposição chega aos rios e nascentes.
Recentemente, o documentário "Lixo Extraordinário", filmado no aterro do Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro, virou notícia e concorreu ao Oscar. Quem ganhou com ele foi o artista plástico Vik Muniz, que fez seu trabalho em cima da dor dos pobres, essa gente que recolhe os detritos não separados pela população para seu sustento.
Em abril de 2011, oferecemos o projeto "Educando para a Sustentabilidade", onde reciclaríamos mais de 50% de todo lixo produzido nas cidades, já que 85% são embalagens que vêm das grandes redes de supermercados.
Com um "selo ecológico" patrocinado pelas empresas geradoras das embalagens, faríamos uma parceria com todas escolas brasileiras, onde anteciparíamos o projeto do governo que entrará em vigor em 2014 pela logística reversa (que é o fato de retornar embalagens e outros materiais à produção industrial após consumo e descarte), se até lá tudo não estiver acabado.
No entanto, ninguém do governo federal ou estadual respondeu à proposta. Michael Jackson é que tinha razão quando cantou: "os governantes não ligam para nós".
Faço minha as palavras do pai da luta contra as mudanças climáticas, Nicholas Stern, que afirma que os governantes não investem 1% na prevenção, gastam sempre mais que 25% na recuperação das enormes tragédias causadas pela poluição e pela inundação, como vimos neste mês de janeiro de 2012.
Com tristeza, pela nossa biodiversidade e gerações futuras.
Fonte: Folha Online. Na base de dados do site www.sosconsumidor.com.br - 28/01/2012
O que vimos no primeiro dia da lei foi uma enxurrada de caixas de papelão e sacolas de legumes sendo usadas para acomodar as compras nas grandes redes, e o que foi pior, as sacolas pagas encalharam nas gôndolas dos caixas.
O que poucos sabem é que os grandes supermercados importaram da China e do Vietnã milhões de sacolas de algodão e tidas como retornáveis. O que eles não sabem é que essas sacolas podem vir a contaminar os alimentos que são acondicionados dentro delas, segundo especialistas no assunto.
Poucos sabem, mas a sacolas oxi e biodegradáveis levam dois anos para se deteriorar no ambiente, e contém elevado índice de material pesado na sua pigmentação, para que possa se desfazer rapidamente. Agora pergunto, os alimentos ali acondicionados sofrem interferência desse material pesado?
Luiza Sigulem - 23.jan.2012/Folhapress Produção de sacolas à base de amido de milho, que passaram a ser vendidas nos supermercados, na Extrusa
PAPELÃO
Pior do que as sacolas plásticas utilizadas para o descarte do lixo doméstico, usada por 95% da população, será o descarte de caixas de papelões que, com as chuvas, elas irão se deteriorar imediatamente e entulhar ruas, ralos, manilhas e bocas de lobo de todas as cidades.
Na reciclagem, os atravessadores não pagam mais de R$ 0,10 por quilo, razão pela qual os catadores nem coletam mais caixas de papelão. Nisso os governantes também não pensaram.
O Brasil produz diariamente 262 mil toneladas de lixo doméstico e somente 4% desse montante é reciclado. Os municípios gastam bilhões para coletarem, transportarem e depositarem em aterros sanitários já esgotados e lixões a céu aberto, cuja decomposição chega aos rios e nascentes.
Recentemente, o documentário "Lixo Extraordinário", filmado no aterro do Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro, virou notícia e concorreu ao Oscar. Quem ganhou com ele foi o artista plástico Vik Muniz, que fez seu trabalho em cima da dor dos pobres, essa gente que recolhe os detritos não separados pela população para seu sustento.
Em abril de 2011, oferecemos o projeto "Educando para a Sustentabilidade", onde reciclaríamos mais de 50% de todo lixo produzido nas cidades, já que 85% são embalagens que vêm das grandes redes de supermercados.
Com um "selo ecológico" patrocinado pelas empresas geradoras das embalagens, faríamos uma parceria com todas escolas brasileiras, onde anteciparíamos o projeto do governo que entrará em vigor em 2014 pela logística reversa (que é o fato de retornar embalagens e outros materiais à produção industrial após consumo e descarte), se até lá tudo não estiver acabado.
No entanto, ninguém do governo federal ou estadual respondeu à proposta. Michael Jackson é que tinha razão quando cantou: "os governantes não ligam para nós".
Faço minha as palavras do pai da luta contra as mudanças climáticas, Nicholas Stern, que afirma que os governantes não investem 1% na prevenção, gastam sempre mais que 25% na recuperação das enormes tragédias causadas pela poluição e pela inundação, como vimos neste mês de janeiro de 2012.
Com tristeza, pela nossa biodiversidade e gerações futuras.
Fonte: Folha Online. Na base de dados do site www.sosconsumidor.com.br - 28/01/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário