segunda-feira, 9 de janeiro de 2012


Como conseguir crédito mais fácil e seguro

Guia do empréstimo dá dicas para quem precisa de financiamento Rio - Uma máxima na matemática financeira diz que não existe financiamento sem juros. E, quanto maior o número de prestações, maior serão as taxas embutidas. A ascensão da classe média, o crédito farto e a disseminação de financeiras têm feito com que cada vez mais pessoas recorram ao pedido de empréstimos para tentar solucionar a falta de dinheiro.

São nessas horas que instituições, que atuam sob o manto da legalidade, mas adotam práticas nem sempre éticas, e até mesmo agiotas agem impunemente ludibriando consumidores indefesos. Porém, depois de estar encalacrados em dívidas, pondo até em risco a própria vida nas mãos de agiotas, a única saída pode ser procurar Justiça ou a polícia.

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Casos de juros extorsivos e até mesmo ameaças de morte, como a que ocorreu semana passada com a aposentada Lyriasiria dos Santos, 79 anos, espancada por um homem que cobrava dívida do seu neto, são mais comuns do que se imagina.

“Agiotagem é crime. Ela não se enquadra numa relação de consumo e a atuação é a da polícia. Por isso, a pessoa deve evitar pegar empréstimo de uma pessoa física. Se for necessário, recorra a uma instituição financeira legalizada”, aponta Larissa Davidovich, a coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

Mesmo legalizadas, muitas empresas atuam no limiar da lei, oferecendo crédito fácil até a clientes com o nome sujo na praça. As distorções são muitas: prestações a perder de vista, taxas de juros altas; contratos não muito claros, às vezes até mesmo sem clareza sobre taxas e tarifas. A informação é a principal arma que o consumidor tem para evitar as armadilhas.

O que levar em conta na hora de pedir empréstimo

BANCO CENTRAL

Na página do Banco Central — www.bcb.gov.br — há o link ‘Perfil Cidadão’ com diversas informações úteis: valor das taxas de juros de operações de crédito ( Cheque especial, Crédito pessoal, Aquisição de veículos automotores e Aquisição de bens), relação das instituições bancárias e financeiras autorizadas a funcionar, relação das administradoras de consórcio e ouvidorias dos bancos.

MAIS BARATO

Crédito Consignado — retorno de 100% para as financeiras, pois a mensalidade é debitada em folha. Juros podem variar de 2,4% a 3,5% ao mês.

Crédito Direto ao Consumidor (CDC) teve taxa média de 2,20% ao mês em 2011 (29,84% ao ano).

Crédito Direto oferecido pelos bancos — crédito fácil e rápido obtido pelo correntista até mesmo em caixas eletrônicos. Juros de 5% a 8% ao mês.

MAIS CARO

Cheque Especial — um dos menos recomendados pelos especialistas, devido à facilidade de uso e às altas taxas cobradas por mês: de 10% a 13% sobre o saldo devedor

Cartão de Crédito — também deve ser evitado se a fatura não for pagar integralmente no data do vencimento. Se o pagamento for parcial ou apenas o mínimo, a taxa de juros das administradoras são muito parecidas com as do cheque especial.

CUIDADOS 

De acordo com o Banco Central, ao solicitar um empréstimo, o consumidor deve pedir ao agente financiador a planilha CET — Custo Efetivo Total, que engloba o valor total do financiamento incluindo a taxa de juros, impostos, tarifa de início de relacionamento, o registro de cartório. A instituição tem obrigação de fornecer a CET.

Ler todo o contrato antes de assinar, principalmente as letras miúdas.

ATENÇÃO REDOBRADA

Dica importante é adotar uma planilha mensal com salário x despesas para não entrar no vermelho.

Não pegar dinheiro de pessoa física (agiota). Se pegar denunciar à polícia.

Evitar fornecer dados bancários (número de conta corrente), documentos, cartões como o Bolsa Família, cheques, que possam gerar uso indevido por conta de pessoas inescrupulosas.

Reportagem de Aurélio Gimenez e Vania Cunha


Fonte: O Dia Online. Na base de dados do site www.sosconsumidor.com.br - 07/01/2012

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