terça-feira, 11 de setembro de 2012


Clientes levam dívida para outro banco em busca de taxas mais baixas

por Vladimir Netto

A chamada portabilidade de crédito está em vigor desde dezembro de 2006. Desde maio deste ano, cerca de R$ 500 milhões têm sido transferidos de uma instituição financeira para outra todo mês.

Assim como carregar o número do celular para outra operadora, você pode levar uma dívida de um banco para outro, e sair ganhando com melhores condições para quitar o empréstimo. “O meu empréstimo era no valor de R$ 35 mil, e a taxa dava 1,52, 1,53 praticamente, e eu consegui reduzir para 1,20”, conta a funcionária pública, Ana Paula Cavalcanti.

A chamada portabilidade de crédito permite ao cliente transferir o financiamento de um banco para outro, em busca de uma taxa de juros mais baixa. A medida está em vigor desde dezembro de 2006. O número de operações não para de crescer.

Em janeiro foram 27 mil em todo o país. Em agosto, mais de 50 mil. Desde maio, cerca de R$ 500 milhões têm sido transferidos de uma instituição financeira para outra todo mês. O valor médio dessas operações, que já foi bem maior, hoje fica em torno de R$ 10 mil.

O governo diz que o número de operações aumentou por causa das taxas de juros mais baixas praticadas pelos bancos. Mas, segundo alguns clientes ainda há muita burocracia na hora de fazer a operação. Os bancos pedem muitos documentos.

Em Belo Horizonte, o Procon entrou com processos na justiça contra os bancos. “Realizaremos uma audiência na qual nós vamos propor um acordo, um ajustamento de conduta, que passa principalmente pela informação que o banco deve dar aos seus clientes de que eles têm direito à portabilidade”, diz o coordenador do Procon-MG, Jackson Campomizzi.

O chefe do departamento de normas do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos, diz que o consumidor tem que ficar atento na hora de acertar a mudança. A sugestão é pesquisar, e comparar não só as taxas de juros, mas também as tarifas. “O que a portabilidade permite é que, se o cidadão pode exercer o seu direito de escolha da instituição, os bancos tendem a oferecer uma taxa cada vez mais justa e melhor formada para o cidadão. É um veículo de viabilizar melhores condições para o cliente bancário. Ele é um instrumento muito real e efetivo”.

Fonte: Jornal da Globo - 10/09/2012

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